Trump e Lula
AFP
Os Estados Unidos acreditam que o governo brasileiro não se engajou seriamente nas negociações sobre o tarifaço do presidente Donald Trump e que não houve nenhuma oferta significativa para um acordo por parte do Brasil, afirmou uma autoridade da Casa Branca. A apuração é de Raquel Krähenbühl, correspondente da TV Globo em Washington.
Desde o anúncio das tarifas de 50% por Trump, no início deste mês, o governo brasileiro tem sinalizado entraves para conversar com os norte-americanos. Interlocutores do governo afirmaram que as negociações estão centradas na Casa Branca e relataram dificuldades em encontrar com suas contrapartes norte-americanas e em identificar as demandas dos EUA.
Em conversa com interlocutores nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desabafou que não há nenhum canal de negociação direta e fluido com Trump, destacando que existem conversas no nível diplomático, mas que o diálogo não chega até a Secretaria do Comércio dos EUA ou à Casa Branca.
Nesse cenário, a aposta do Brasil é que a negociação aconteça por meio do setor privado norte-americano. Os empresários serão afetados pelas tarifas de 50% impostas ao Brasil e tem pressionado a Casa Branca por uma solução mais branda.
Nesta sexta-feira, uma comissão embarcou para os EUA, em busca de abrir um canal de negociações com o país. No entanto, os senadores brasileiros chegaram a Washington em pleno recesso parlamentar nos EUA — o que significa uma agenda mais esvaziada no Congresso norte-americano. O foco da comitiva também deve ser no diálogo com o setor privado.
Interlocutores do presidente Lula que estão em Nova York contaram ao blog do Valdo Cruz que Trump não autorizou sua equipe abrir diálogo com o Brasil.
A expectativa é que as novas taxas impostas pelo presidente norte-americano comecem a valer a partir de 1º de agosto. Questionados, autoridades da Casa Branca afirmaram que o prazo está mantido, mas que “tudo pode acontecer” até lá.
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