Gandhi defendia a não-violência como forma de resistência. Lula também cobrou uma reforma do Conselho de Segurança, que contemple Brasil e Índia com assentos permanentes. Lula e premiê da Índia participam de apresentação de música indiana no Palácio da Alvorada
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou nesta terça-feira (8) o aumento de conflitos armados internacionais e afirmou que o mundo está “jogando fora” os ensinamentos do líder indiano Mahatma Gandhi.
O petista deu as declarações ao lado do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, após uma reunião bilateral no Palácio da Alvorada.
“Lamentavelmente, nós estamos vendo ensinamentos que Gandhi passou para humanidade sendo jogado fora, porque hoje o mundo está vivendo um período de conflito, possivelmente tanto maior quanto a segunda guerra mundial”, afirmou Lula.
Gandhi defendia a paz e a não-violência como forma de resistência e transformação social. Os pensamentos do líder indiano continuam a inspirar pessoas e movimentos ao redor do mundo. Ele foi indicado cinco vezes para receber o Nobel da Paz, mas não venceu o prêmio.
Na sequência, Lula destacou que os países têm investido muito em armamentos e pouco na preservação ambiental, o que, na avaliação do petista, é um erro.
“Nesse mundo conturbado hoje, Índia e Brasil se apresentam com perspectiva de ser dois países que simbolizam a paz no mundo. Nós achamos que o mundo não precisa de guerra. O mundo precisa de respeito, cada país tem que respeitar a extensão territorial de cada país”, declarou o petista.
Reforma do Conselho de Segurança da ONU
Lula recebe primeiro-ministro da Índia.
Ricardo Stuckert/ Presidência da República
Durante declaração à imprensa ao lado de Modi, Lula voltou a defender uma reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que, para o petista, não consegue mais fazer frente às disputas entre os países-membros.
Para Lula, países do chamado “Sul Global” deveriam ter assentos permanentes no colegiado, entre os quais, Brasil e Índia.
“Brasil e India tem um potencial extraordinário e por isso reindivicamos o direito de participarmos do Conselho de Segurança da ONU. Não é possível mais a gente ver a ONU enfraquecida, a ONU não sendo levada em consideração, e os membros fixos do conselho, que deveriam primar pela paz, são exatamente aqueles que mais estimulam a guerra. Foi assim na guerra do Iraque, foi assim na invasão da Líbia, foi assim na Ucrânia e está sendo assim em muitos outros países” , criticou Lula.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas é composto por 15 membros, sendo cinco países com assento permanente. São eles:
China
Estados Unidos
França
Reino Unido
Rússia
Esses cinco países têm um poder especial conhecido como poder de veto, o que significa que podem bloquear qualquer resolução do Conselho de Segurança, mesmo que todos os outros membros votem a favor.
Os outros dez assentos no Conselho são ocupados por membros não permanentes, que são eleitos pela Assembleia Geral da ONU para mandatos de dois anos.

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