Escola receberá psicólogos especialistas em violência após atentado

Um adolescente armado com uma faca invadiu a Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria Nascimento Giacomazzi na cidade de Estação, no interior do Rio Grande do Sul, e matou uma criança e feriu outras duas na manhã desta terça-feira (8).
Após o atentado, a Administração de Estação suspendeu as aulas em todas as escolas da rede municipal por tempo indeterminado. Um espaço de acolhimento foi instalado na Casa da Cultura da cidade para receber familiares e estudantes.
Por meio das redes sociais, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, prestou solidariedade às vítimas e à comunidade escolar, e afirmou que “o que aconteceu não pode ser naturalizado, relativizado ou esquecido”. Leite pediu prioridade total na apuração do caso. O adolescente autor das agressões foi apreendido.
O governo do estado se comprometeu a reforçar, junto às Secretarias de educação e às prefeituras, as estratégias de proteção e cuidado em todas as escolas do Rio Grande do Sul.
Também por meio das redes sociais, o ministro da Educação, Camilo Santana, informou que recebeu com tristeza a notícia do ataque. Após conversar com o prefeito de Estação, Geverson Zimmermann, o ministro determinou o envio de psicólogos do Núcleo de Resposta e Reconstrução de Comunidades Escolares, especializada em violência extrema, para prestar apoio.
Santana disse ainda que segue em articulação com o Ministério da Justiça para a proteção das comunidades escolares.
O Ministério da Justiça, em parceria com a SaferNet Brasil, criou, em 2023, um canal exclusivo para recebimento de informações de ameaças e ataques contra escolas.
Todas as denúncias são anônimas e as informações enviadas são mantidas sob sigilo. Além do canal disponível no endereço gov.br/mj, o Disque 100, do Ministério dos Direitos Humanos, recebe denúncias de ataques ou ameaças a escolas.
Larah Magalhães, coordenadora do Disque Direitos Humanos, explica que o canal dispõe de um protocolo específico para relatos de ameaças a instituições de ensino e que o denunciante precisa prestar o máximo de informações possíveis sobre o episódio de violação de direitos.
“Durante o relato, seja via telefone ou por mensagem, é questionado o conteúdo dessa ameaça, se essa ameaça foi realizada por telefone ou ambiente virtual, e se foi realizada em ambiente virtual, o link do site e os dados são importantes pra investigação. Além dos encaminhamentos convencionais, que a própria delegacia de Polícia Civil ou Conselho Tutelar, quando trata-se de crianças e adolescentes, tem o comando da Polícia Militar local, além disso é acionado também o órgão da Polícia Civil responsável pelos atendimentos de demandas virtuais, quando essa ameaça acontece, por exemplo, na internet”.
Somente no primeiro semestre deste ano, o Disque 100 registrou 7 mil protocolos, com 10 mil denúncias e a 60 mil violações, envolvendo escolas de todo o país.
*Com produção de Hélder Castro
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