Presidente norte-americano impôs taxa de 50% a todos os produtos brasileiros. Governo Lula considera documento carregado de “informações inverídicas” sobre a balança comercial entre os países. Trump anuncia taxa de 50% ao Brasil
Em segunda reunião nesta quarta-feira (9) no Itamaraty, o governo brasileiro disse a representantes da embaixada dos Estados Unidos que devolve a carta do presidente norte-americano, Donald Trump, endereçada ao brasileiro Lula.
O documento de Trump define a taxa de 50% para todos os produtos brasileiros. Em rede social, Lula afirmou que a taxação será respondida com base na lei da reciprocidade. “O Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”, disse.
Embaixadora brasileira responsável pela América do Norte e Europa, Maria Luisa Escorel comandou a reunião. Ela queria saber se a carta de Trump era verdadeira, já que o governo ficou sabendo do documento pela imprensa.
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Ao receber a resposta positiva do representante norte-americano, o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, a embaixadora disse, então, que o Brasil a devolvia para o governo americano.
Ao blog, fontes do Itamaraty a par da reunião disseram que a embaixadora considerou a carta “ofensiva” e “inaceitável”.
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De acordo com estas fontes, o documento foi visto pelo governo brasileiro como carregado de “informações inverídicas” sobre o déficit na balança comercial dos Estados Unidos com o Brasil. Ao contrário do que diz a carta de Trump, os EUA acumulam superávit sobre o Brasil desde 2009.
Reuniões seguidas
Esta segunda reunião entre integrantes do Ministério das Relações Exteriores com integrantes da embaixada dos Estados Unidos no Brasil ocorreu durante a noite. Antes, durante a tarde, houve um primeiro encontro para tratar das publicações feitas por Donald Trump e pela própria embaixada em favor de Jair Bolsonaro (PL).
A segunda reunião foi chamada às pressas após Trump tornar pública a carta direcionada ao presidente Lula. O Itamaraty já havia informado, no primeiro encontro, que a relação bilateral entre Estados Unidos e Brasil seria afetada com as ações de Trump ao fazer publicação em apoio o ex-presidente Jair Bolsonaro e com ataque ao Supremo Tribunal Federal (STF).
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