PIX vira alvo do governo Trump, que fala em ‘prática desleal’; entenda
Com Donald Trump na pauta, deputados de esquerda irão a um evento anticúpula conservadora na Cidade do México. A comitiva vai participar do Congresso Pan-Americano, encontro que se propõe a fazer um contraponto a forças conservadoras e a eventos como a Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC).
O CPAC é um evento que já teve participação do presidente norte-americano e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e é organizado por Eduardo Bolsonaro no Brasil.
Mais de 60 parlamentares de países da América do Sul, da América Central e da América do Norte devem participar do congresso, que ocorrerá na capital mexicana entre 31 de julho e 3 de agosto.
A delegação brasileira será composta por nove parlamentares de esquerda:
Ana Pimentel (PT-MG), que chefiará o grupo;
Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara dos Deputados;
Talíria Petrone (PSOL-RJ);
Luciene Cavalcante (PSOL-SP);
Fernanda Melchionna (PSOL-RS);
Orlando Silva (PC do B-SP); Henrique Vieira (PSOL-RJ);
Pedro Uczai (PT-SC); e
Natália Bonavides (PT-RN).
“Esse é um espaço para construir respostas conjuntas a temas urgentes, como democracia, soberania, igualdade, solidariedade e sustentabilidade, com o compromisso de transformar essas pautas em ações legislativas concretas em nossos países”, afirmou Pimentel à GloboNews.
“A extrema-direita se organiza em fóruns como a CPAC para atacar democracia, os direitos e os povos, e nós entendemos que a nossa articulação é importantíssima”, completa a petista.
Tarifaço de Donald Trump
Além do contraponto ao fórum conservador, frequentado por expoentes da direita como o presidente da Argentina, Javier Milei, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o ideólogo Steve Bannon, Ana Pimentel lembra que o congresso ocorrerá na esteira das retaliações tarifárias anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Respostas ao republicano não são descartadas por participantes do encontro.
Em carta endereçada ao presidente Lula (PT), Trump afirmou, sem provas, que a decisão de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros foi tomada “em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos”.
No mesmo documento, Trump citou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nominalmente e disse ser “uma vergonha internacional” o julgamento do ex-mandatário pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“A nossa delegação participará com uma afirmação muito contundente: nós não vamos permitir nenhum retrocesso na democracia no Brasil”, diz Pimentel.
“O Trump tem ameaçado vários de nossos países e, no caso do Brasil, com essas novas medidas, ele tenta, de maneira autoritária, interferir na nossa soberania e na nossa perspectiva econômica”, segue a deputada federal.
O congresso
Esta será a segunda edição do Congresso Pan-Americano. A primeira ocorreu em Bogotá, na Colômbia, em 2024, e resultou em uma declaração conjunta que convocou as nações das Américas a defenderem a democracia e a trabalharem pela transição ecológica e por uma paz duradoura.
Para este ano, organizadores do Congresso Pan-Americano afirmam ter escolhido o México como forma de prestigiar políticas progressistas encabeçadas pelo governo de Claudia Sheinbaum, presidente do país.
Eles ainda destacam que o evento se dá em um momento em que movimentos autoritários avançam em todo o mundo, o que instigaria a busca por “alternativas democráticas, igualitárias e sustentáveis” de forma conjunta.
Além dos deputados brasileiros, a edição de 2025 do congresso terá a presença de políticos de Chile, EUA, Colômbia, Guatemala, Honduras, Canadá, Uruguai, Equador, Argentina e Barbados. O ex-vice-presidente da Bolívia Álvaro García Linera e a autora canadense Naomi Klein também participarão.

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