Promotora do caso Jeffrey Epstein é demitida por governo de Trump, acusado pela própria base de acobertar caso
Jeffrey Epstein: quem foi, quais crimes cometeu e qual a associação com Trump
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos demitiu, na quarta-feira (16), Maurene Comey, promotora federal envolvida nos casos ligados à associada do financista Jeffrey Epstein e a socialite britânica Ghislaine Maxwell, conhecidos por sua ligação com uma vasta rede de tráfico sexual de menores, e ao magnata da música Sean “Diddy” Combs.
De acordo com fontes entrevistadas pela Reuters sob condição de anonimato, a promotora não recebeu uma justificativa para sua demissão. Ela apenas recebeu um memorando citando os poderes do presidente para dispensar funcionários, conforme o Artigo 2 da Constituição dos EUA.
Maurene é filha mais velha do ex-diretor do FBI James Comey e atuava como promotora assistente no Distrito Sul de Nova York (Manhattan). Ela havia processado com sucesso Ghislaine Maxwell, socialite britânica e parceira de Epstein, empresário acusado de crimes sexuais, incluindo abuso de menores.
Maurene Comey também processou Sean “Diddy” Combs, que será sentenciado em 3 de outubro, após ser condenado por transportar prostitutas para participarem de performances sexuais sob efeito de drogas.
Combs, de 55 anos, permanece preso no Brooklyn desde sua detenção em setembro do ano passado. Recentemente, o júri o absolveu das acusações mais graves.
Maurene Comey não foi localizada de imediato para comentar o caso. O Departamento de Justiça também não respondeu imediatamente ao pedido de posicionamento. A demissão foi noticiada anteriormente pela Politico e pela ABC News.
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Pai da procuradora foi demitido por Trump
James Comey foi demitido pelo então presidente Donald Trump durante seu primeiro mandato na Casa Branca e atualmente está sob investigação, assim como o ex-diretor da CIA, John Brennan. Trump já atacou publicamente ambos por seus papéis nas investigações sobre suposta interferência russa nas eleições de 2016, vencidas por ele.
O caso Epstein voltou ao noticiário recentemente depois que o governo Trump voltou atrás, na semana passada, na promessa de divulgar documentos que, segundo ele, conteriam revelações importantes sobre Epstein e sua suposta clientela. A reviravolta gerou indignação entre alguns dos apoiadores mais fiéis de Trump.
Epstein, financista bilionário e criminoso sexual condenado, enfrentava acusações federais de tráfico sexual de menores quando morreu por suicídio na prisão em 2019. Ele havia se declarado inocente, e o caso foi arquivado após sua morte.
O Departamento de Justiça tem demitido promotores envolvidos em casos relacionados a Trump ou seus aliados políticos.
Na sexta-feira, a procuradora-geral Pam Bondi demitiu outros funcionários do DOJ que atuaram com o procurador especial Jack Smith nas investigações sobre retenção de documentos sigilosos por Trump e sua tentativa de reverter o resultado das eleições de 2020.