Manifestantes protestam na Filadélfia contra a política de imigração de Donald Trump
Reuters
Seis meses após o retorno à Casa Branca, o presidente Donald Trump vê o apoio público ao carro-chefe de sua campanha se esvair drasticamente: a maioria dos americanos agora acha que ele foi longe demais com as deportações e medidas duras contra imigrantes.
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O tom das pesquisas divulgadas no fim de semana, enquanto o presidente festejava o período como “um dos mais importantes de qualquer presidente”, é claro. Na sondagem da CBS News/YouGov, 58% se opõem ao uso de centros de detenção, e 56% dizem desaprovar a forma como o presidente lida com a imigração, em contrapartida aos 44% que a aprovam. Isso representa uma queda de dez pontos na aprovação em relação à última pesquisa, em março.
O Instituto Gallup indicou um recorde de 79% de americanos, que agora atribuem a imigração como algo bom para o país, em comparação aos 17% que expressam o contrário. “Essas mudanças revertem uma tendência de quatro anos de crescente preocupação com a imigração, que começou em 2021, e reflete mudanças entre todos os principais grupos partidários”, analisa o instituto.
Outro dado importante desta pesquisa é que 78% dos entrevistados apoiam dar aos imigrantes um caminho para a cidadania, o que equivale a um aumento de 8 pontos percentuais neste item.
A indicação de que, na percepção do público, o governo Trump vem errando a mão em suas políticas de perseguição a imigrantes e deportação em massa é também exposta na pesquisa realizada pela CNN: 59% dos americanos se opõem a prisão e detenção de imigrantes sem documentos que há anos residem nos Estados Unidos e não têm antecedentes criminais.
As batidas de agentes mascarados do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) em locais de trabalho dos imigrantes e os protestos e Los Angeles, com o envio da Guarda Nacional pelo governo federal ao estado democrata, podem ter fomentado a deterioração no índice de apoio à sua campanha anti-imigração. Além disso, a apreensão de setores de restaurantes e de agricultura, por escassez de mão de obra, levaram o presidente a recuar.
A aprovação geral do presidente está em torno de 40%, comparada ao índice de desaprovação de 58%. As pesquisas mostram que ele mantém 90% de apoio em seu partido, mas o alerta foi acionado. Resta saber se os democratas conseguirão tirar vantagem dos erros do governo.
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