Israel divulga imagens de lançamento aéreo de ajuda humanitária em Gaza
Israel divulgou imagens do lançamento aéreo de ajuda humanitária em Gaza, através das redes sociais de suas Forças de Defesa, na noite deste sábado (26).
Em comunicado no Telegram, horas antes de confirmar uma pausa de 10 horas em sua ofensiva na Faixa de Gaza para a entrada de ajuda humanitária por terra neste domingo (27), o Exército israelense postou fotos e um vídeo (veja acima) da entrega de pacotes de alimentos.
“De acordo com as diretrizes do escalão político, as IDF realizaram recentemente um lançamento aéreo de ajuda humanitária como parte dos esforços em andamento para permitir e facilitar a entrada de ajuda na Faixa de Gaza. O lançamento aéreo, que foi realizado em coordenação com organizações internacionais e liderado pelo COGAT, incluiu sete pacotes de ajuda contendo farinha, açúcar e alimentos enlatados”, afirmou.
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Soldados israelenses preparando fardos para o lançamento aéreo
Forças de Defesa de Israel / Divulgação
Pressão internacional sobre Israel
Em meio à pressão internacional em razão da crise humanitária vivida pelos moradores do enclave, controlado pelo grupo terrorista Hamas, neste sábado (26), o Ministério das Relações Exteriores de Israel informou que estava retomando o envio de alimentos para Gaza por meio de aviões e que implementaria corredores humanitários na região.
Desde maio, a entrega estava sendo feita pela Fundação Humanitária de Gaza, entidade apoiada por Israel e Estados Unidos, e criticada pela Organização das Nações Unidas (ONU).
A pausa anunciada para este domingo acontecerá por 10 horas, das 10h às 20h no horário local, em Al-Mawasi — uma área humanitária designada que se estende ao longo da costa —, na região central de Deir al-Balah e na Cidade de Gaza.
O Exército israelense também informou que rotas seguras para comboios com alimentos e medicamentos estarão disponíveis das 6h às 23h de forma permanente.
Palestinos carregam suprimentos de ajuda que entraram em Gaza através de Israel, em Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza, em 27 de julho de 2025.
Dawoud Abu Alkas/Reuters
O chefe humanitário da ONU, Tom Fletcher, disse que as equipes intensificarão os esforços para alimentar os famintos durante as pausas nas áreas designadas. “Nossas equipes no terreno farão tudo o que puderem para alcançar o maior número possível de pessoas famintas nesse intervalo”, disse ele em uma postagem na rede X.
ONU afirma que situação em Gaza é ‘show de horrores’
A volta da permissão da ajuda aérea ocorre em um momento de agravamento da crise humanitária em Gaza. Dezenas de moradores do enclave morreram de desnutrição nas últimas semanas, segundo o Ministério da Saúde do território, controlado pelo Hamas. Desde o início da guerra, 127 pessoas morreram por desnutrição, incluindo 85 crianças, informou o ministério.
No sábado, uma bebê de cinco meses, Zainab Abu Haleeb, morreu de desnutrição aguda grave no Hospital Nasser, em Khan Younis, segundo profissionais de saúde.
O Crescente Vermelho Egípcio informou que enviaria neste domingo mais de 100 caminhões com mais de 1.200 toneladas de ajuda alimentar para o sul de Gaza, via passagem de Kerem Shalom.
Caminhões carregando ajuda humanitária entram pela passagem de Rafah, entre o Egito e a Faixa de Gaza, no domingo (27)
Mohamed Arafat/AP
A ONU descreve a atual situação como um “show de horrores”. Mais de 100 ONGs especializadas denunciam “fome em massa” no território.
“‘As pessoas em Gaza não estão nem mortas nem vivas, são cadáveres ambulantes’: disse-me um colega em Gaza nesta manhã”, disse Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA, na quinta-feira (24).
Um vídeo divulgado pela agência Reuters na quinta-feira mostrou crianças palestinas atendidas com desnutrição severa em um hospital de Khan Younis, em Gaza. O World Food Program (WFP), braço das Nações Unidas dedicado à alimentação, disse nesta sexta-feira (25) que quase um terço da população palestina “não come durante dias seguidos”.
Vídeo mostra crianças vítimas da fome em Gaza; Israel e ONU trocam acusações
O governo Netanyahu culpa a ONU e o grupo terrorista Hamas por impedir que os alimentos cheguem à população palestina.
A operação militar de Israel em Gaza matou mais de 59 mil palestinos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. O ataque terrorista feito pelo grupo a Israel em 2023 deixou 1,2 mil mortos – a maioria também de civis –, e 250 pessoas foram feitas reféns.
Lançamento aéreo de ajuda humanitária em Gaza
Forças de Defesa de Israel / Divulgação

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