EUA e China retomam negociações nesta segunda e podem prorrogar trégua tarifária por três meses, diz agência
Donald Trump, presidente dos EUA, e Xi Jinping, presidente da China, em foto de 29 de junho de 2019
Reuters/Kevin Lamarque
As principais autoridades econômicas dos Estados Unidos e da China vão retomar as negociações em Estocolmo nesta segunda-feira (28), para tentar resolver as disputas econômicas de longa data que estão no centro de uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
O objetivo seria prorrogar a trégua tarifária por três meses. As informações são da agência de notícias Reuters.
As negociações começarão em Rosenbad, o escritório do primeiro-ministro sueco no centro de Estocolmo, informou a Reuters. As bandeiras nacionais da China e dos EUA estavam sendo hasteadas no prédio.
A China enfrenta o prazo de 12 de agosto para chegar a um tratado tarifário duradouro com o governo do presidente Donald Trump. O prazo foi estabelecido depois que Pequim e Washington chegaram a acordos preliminares em maio e junho, tentando encerrar semanas de escalada de tarifas e questões sobre minerais de terras raras.
Sem um acordo, as cadeias globais de oferta podem enfrentar uma nova turbulência com as tarifas dos EUA voltando a níveis de três dígitos, o que equivaleria a um embargo comercial bilateral.
As negociações de Estocolmo ocorrem logo após o maior acordo comercial já fechado por Trump com a União Europeia, no domingo, que prevê uma tarifa de 15% sobre a maioria das exportações de produtos da UE para os EUA, inclusive automóveis.
Não se espera um avanço semelhante nas negociações entre os EUA e a China, mas analistas afirmam que é provável que haja outra prorrogação de 90 dias da trégua tarifária e de controle de exportações firmada em meados de maio.
Uma prorrogação evitaria uma nova escalada e facilitaria o planejamento de uma possível reunião entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping no final de outubro ou início de novembro.
Um porta-voz do Tesouro dos EUA não quis comentar sobre uma reportagem do South China Morning Post que citava fontes não identificadas dizendo que os dois lados evitariam introduzir novas tarifas ou outras medidas que poderiam aumentar a guerra comercial por mais 90 dias.
O governo de Trump está pronto para impor dentro de semanas novas tarifas setoriais que afetarão a China, inclusive sobre semicondutores, produtos farmacêuticos e outros produtos.
“Estamos muito próximos de um acordo com a China. Nós realmente fizemos uma espécie de acordo com a China, mas vamos ver como isso vai se desenrolar”, disse Trump a repórteres no domingo, antes de a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, fechar o acordo tarifário.
O jornal britânico Financial Times também informou nesta segunda-feira (28) que os EUA haviam suspendido as restrições sobre exportações de tecnologia para a China para evitar interromper as negociações comerciais com Pequim e apoiar os esforços de Trump para garantir uma reunião com Xi este ano.
O departamento de indústria e segurança do Departamento de Comércio, que supervisiona os controles de exportação, foi instruído a evitar medidas duras contra a China, disse o jornal, citando funcionários atuais e antigos.
A Reuters não pôde verificar imediatamente a matéria. A Casa Branca e o departamento não responderam aos pedidos de comentários da Reuters fora do horário comercial.
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