Trump e Putin vão se encontrar pessoalmente nos próximos dias
Um grupo de líderes europeus disse neste sábado (9) que “o caminho para a paz na Ucrânia não pode ser decidido sem a Ucrânia”, após ter ficado de fora da negociação prevista para ocorrer na próxima semana entre Donald Trump e Vladimir Putin.
“A Ucrânia tem a liberdade de escolha sobre seu próprio destino. Negociações significativas só podem ocorrer no contexto de um cessar-fogo ou redução das hostilidades”, afirmaram os governantes.
O documento foi assinado por Emmanuel Macron (França), Giorgia Meloni (Itália), Friedrich Merz (Alemanha), Donald Tusk (Polônia), Keir Starmer (Reino Unido), Ursula Von Der Leyer (Comissão Europeia) e Alexander Stubb (Finlândia).
Na manhã de sábado, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, criticou nas redes sociais o anúncio do encontro entre Donald Trump e Vladimir Putin – do qual ele não foi convidado.
Os chefes de estado reafirmaram seu apoio à Ucrânia no comunicado.
“Estamos convencidos de que apenas uma abordagem que combine diplomacia ativa, apoio à Ucrânia e pressão sobre a Federação Russa para acabar com sua guerra ilegal pode ter sucesso”, disse a carta.
Os líderes “saudaram o trabalho do presidente Trump para impedir a matança na Ucrânia, acabar com a guerra de agressão da Rússia e alcançar paz e segurança justas e duradoras para a Ucrânia”.
Mas, além da diplomacia, os chefes de estado asseguraram manter um “apoio militar e substantivo à Ucrânia”, além de “defender e impor medidas restritivas contra a Rússia”.
“Partilhamos a convicção de que uma solução diplomática deve proteger os interesses vitais de segurança da Ucrânia e da Europa”, afirmou o comunicado dos líderes.
“Reiteramos que a invasão não provocada e ilegal da Ucrânia pela Rússia é uma violação flagrante da Carta das Nações Unidas, da Ata Final de Helsinque, do Memorando de Budapeste e dos sucessivos compromissos russos. Sublinhamos o nosso compromisso inabalável para com a soberania, independência e integridade territorial da Ucrânia.”
O documento se encerra com a reafirmação de que a Europa continua ao lado da Ucrânia.
“Estamos unidos como europeus e determinados a promover conjuntamente os nossos interesses. E continuaremos a cooperar estreitamente com o presidente Trump e com os Estados Unidos da América, e com o presidente Zelensky e o povo da Ucrânia, para uma paz na Ucrânia que proteja nossos interesses vitais de segurança.”
Encontro com EUA
Na manhã de sábado, o ministro das Relações Exteriores britânico, David Lammy, e o vice-presidente dos EUA, JD Vance, se encontraram com aliados ucranianos e europeus na Grã-Bretanha para discutir a iniciativa do presidente Donald Trump pela paz na Ucrânia, disse um porta-voz de Downing Street.
O primeiro-ministro britânico Keir Starmer já falou com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pela manhã, disse o porta-voz. “Eles concordaram que este seria um fórum vital para discutir o progresso rumo à garantia de uma paz justa e duradoura”, disse o porta-voz.
Starmer e Zelensky discutiram as propostas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump para acabar com a guerra na Ucrânia antes da reunião dele com o presidente Vladimir Putin, que vai acontecer na próxima sexta-feira (15) no Alasca.
“O Primeiro-Ministro conversou com o Presidente Zelensky da Ucrânia esta manhã. Eles anteciparam a reunião dos Conselheiros de Segurança Nacional da Europa, Ucrânia e Estados Unidos, que acontecerá hoje, organizada pelo Secretário de Relações Exteriores do Reino Unido e pelo Vice-Presidente dos EUA”, disse o porta-voz.
Trump anunciou o encontro com Trump em um post na rede Truth Social nesta sexta-feira (8). A reunião entre os dois já havia sido confirmada mais cedo por Trump após o Kremlin revelar que os dois iriam se encontrar em breve.
Segundo o jornal americano “Wall Street Journal”, eles irão debater a proposta apresentada por Putin, que pede o leste da Ucrânia em troca do fim da guerra.
Trump e Putin durante o G20 em Buenos Aires, na Argentina, em 30 de novembro de 2018
Reuters/Marcos Brindicci

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